
O entrevistado desse mês é o Wemerson. Que ele é brincalhão todos já sabem. Com muita “coragem” e cara de pau, ele enfrentou os obstáculos para tornar-se um gestor hospitalar e coach. Confira as histórias e trajetória do nosso especialista em saúde pública!
Como foi sua trajetória e início na Sonner?
Eu comecei na Sonner logo depois que eu saí do exército brasileiro. Eu saí no finalzinho de 99, minto, foi 2000. E aí eu tava desempregado, tava em casa um dia fazendo nada e pensei: “Ah, vou lá na Sonner ver se eu arrumo um trabalho lá”. Cheguei lá, era a Águida que tava na recepção no dia e ela me perguntou o que eu queria. Eu falei: “Quero falar com o dono da empresa.” E aí eu fiquei sentado lá o dia inteiro. Fiquei das 8h da manhã até umas 3 horas da tarde. Aí o Sr. Ataídes chegou lá e perguntou o que eu tava fazendo lá. Eu falei: “Eu vim aqui pra trabalhar.” “Ué, mas você veio pra trabalhar agora?” “Não, eu tô aqui desde cedo, o Sr. que chegou agora.” “Não tem serviço pra você…” “Não, o Sr. fica tranquilo, eu tô sentado aqui, hora que o Sr. tiver um serviço eu saio.” Aí, quando foi umas 6h da tarde, ele chegou pra mim e falou: “Você quer trabalhar mesmo?” “Ué, eu vim foi pra isso!” “Tem um caminhão ali pra descarregar, você topa descarregar agora?” E eu comecei a descarregar esse caminhão. Só que ele falou que não tava garantido o emprego. Ele falou: “Você vai descarregar, eu vou te pagar por hoje e você vai embora. Se precisar de novo eu te chamo.” Aí eu concordei e descarreguei o caminhão. Terminamos era umas 22h30 da noite e fui pra casa. No outro dia eu levantei cedo como se eu trabalhasse já na empresa e fui pra lá. Cheguei lá no outro dia cedo e ele falou: “Uai, o que você tá fazendo aqui?” “Eu vim pra trabalhar.” “Mas eu falei pra você que não tava garantido o emprego.” Eu falei: “Vai que tem algum serviço hoje”. Ele começou a me incluir aos poucos na equipe e eu trabalhei com eles descarregando caminhão por uns 3 anos e pouco.
Passou um tempo, o Jaderson perguntou quem tinha interesse de viajar e aprender uma profissão nova. Eu falei que tinha interesse e fui mexer com a parte de rede. O 1º município que eu fui era São Sebastião do Paraíso. Foi a 1ª cidade que eu viajei pela Sonner e foi pra aprender o serviço do Amilcar e de um outro cara que trabalhava lá, que era de instalação de rede nas prefeituras. Passou uns 3 meses, o Jandson e o Jaderson perguntaram se eu dava conta de fazer o serviço. Eu falei: “Que isso, eu faço isso aí tranquilo…” E aí, o Amilcar começou a me ensinar essa parte elétrica também e eu fui avançando. Aí a gente foi pra um município chamado Divinópolis, na época eu fui também antes até Sete Lagoas, Pedro Leopoldo…
Mas aí fomos pra Divinópolis e lá em Divinópolis eu fui pra atender junto com o Daniel, que entrou na empresa. Logo depois veio o Seu Edval. E eu lembro que fui trabalhar em Itanhandu, foi a 1ª vez que eu fui implantar uma rede sozinho e eu achava que sabia muito né… Gente, eu vou contar pra vocês um negócio aqui, eu achei que eu ia por fogo na prefeitura! Rsrs Porque eu montei toda a estrutura e na hora de ligar me deu uma sensação ruim… E aí eu falei pro pessoal: “Olha, vocês precisam sair daqui agora, porque eu vou ligar um negócio aqui e pode ser que dê algum gás, alguma coisa, e vocês vão morrer asfixiados.” Mas, na verdade, era pegar fogo. O cara levou na brincadeira e não deixou eu fazer nada né…
Aí quando foi a noite, eu entrei na prefeitura e fui lá e liguei o relógio disjuntor pra ver se funcionava e fiquei esperando pra ver se ia sair fogo, se ia acontecer alguma coisa e não aconteceu nada.
Eu fiquei praticamente uns 3 meses sozinho nessa prefeitura pra montar uma rede que fazia em no máximo 1 mês, sabe? Mas foi a 1ª rede que eu fiz sozinho. Depois fui pra Itajubá e aí depois eu parei de viajar um pouco, porque o serviço de rede tava bem diminuído. Aí eu comecei a ajudar o Seu Edval aqui nas casas da família. A gente mexia na parte elétrica, de pedreiro e tal… Aí um dia, o Seu Edval (eu agradeço muito ele, se um dia ele assistir isso)… Um dia o Seu Edval falou: “Você quer ir pra parte de computador? “Quero!” Ele falou assim: “Eu vou fazer o seguinte, eu não tô precisando de você aqui (a gente trabalhava na casa da Jane). Eu vou falar pro Jaderson que você vai ficar por lá, porque eu realmente não tô precisando de você e aí você fica lá mexendo nas coisas e fica perto, pra ver se ele te dá a oportunidade”. Foi quando eu comecei a mexer com Orkut, foi a 1ª rede social que eu tive, eu fiz um Orkut pra mim, comecei a mexer com Internet Explorer, esses negócios e fui gostando disso.
Um dia, o Jaderson ia me demitir, eu sabia… Ele inclusive vai ouvir isso. Ele tava andando de lá pra cá e não tava com coragem de me demitir… Batendo com 3 folhinhas na mesa, olhando pra mim com aquela cara: “Que horas eu dou o golpe nesse galo!” Eu cheguei nele e falei: “Cara, você quer me demitir né?” Ele falou: “Nossa cara, você não sabe o tanto que você me alivia falando isso pra mim…” Eu falei assim: “Não cara, eu vou pra parte de sistemas!”. Ele falou: “Você sabe fazer isso?” Eu falei: “Não.” Ele falou: “Então tá bom, vamos fazer o seguinte. Na segunda-feira você vai pra Vargem Grande Paulista implantar o sistema de Protocolo.” “Mas hoje é quinta-feira.” Ele falou: “Você vai ou você vai assinar aqui?” “Cara, eu sei demais de Protocolo, nasci sabendo!” rsrs Aí o Jaderson falou: “Cara, pede pra instalar o sistema naquela máquina lá que você tá mexendo e eu vou te ensinar mais ou menos alguma coisa e na segunda você vai lá pra implantar. E aí nós fomos na segunda, eu aprendi na sexta, vi mais o menos o que era. Mas eu não aprendi nada, gente! E aí, eu cheguei lá na segunda-feira, olhei pra um lado, olhei pro outro e falei: “Gente, então vocês vão lá e eu vou dar uma estudada aqui e aí depois, amanhã, na terça feira, eu vou lá e ensino o pessoal. No outro dia cedo, fui pra prefeitura, olhei pro Magno, olhei pro Marco, falei: “Cara, como que eu faço pra ensinar esse trem aqui povo?”
E o Marco, que eu também agradeço muito, falou assim: “Cara, por que você não vai pro sistema de saúde? Não tem ninguém que mexe no sistema de saúde… Eu sei alguma coisa, mas é só o que o Rodrigo me passou… Mas você vai e aprende. Você vai lá e se apresenta como o cara que vai ensinar eles a usarem o sistema de saúde”.
E quando a gente não sabe, a gente é muito prepotente, a gente acha que é o bonitão da bala chita. Eu lembro que eu cheguei lá e me sentei com o pessoal e falei que era o especialista em saúde pública e que tinha ido lá pra ensinar pra eles o sistema de saúde. Só que eu falei que primeiro eles precisavam me falar como era o serviço deles. E eles falaram: “Ué, você não é especialista em saúde pública? Então, você sabe como é o nosso serviço.” “Não, mas é que o nosso sistema tem uma estrutura, e eu tenho que aprender a parte de vocês.”
Eu fui a semana toda e a Secretária de Saúde, eu me lembro também como se fosse hoje… Ela me chamava até de Senhor, do tanto que eu era prepotente. Ela falou pra mim: “Sr. Wemerson, será que o Sr. consegue ter uma reunião comigo um dia dessa semana?” “Olha, vou dar uma olhada na minha agenda, de repente eu consigo atender a Sra.” Aí quando foi na outra quinta-feira, eu falei que podia atender ela e eu não tinha feito nada… O pessoal amarrando informação e tal… Ela sentou comigo e falou assim: “Tá só nós 2 aqui na sala e eu vou te fazer uma pergunta. Você pode me falar e ser bem sincero. Dependendo do que você me falar eu vou te ajudar ou não. Você sabe mesmo de saúde pública?” Eu falei: “Que que é isso dona, sou especialista nesse negócio!”
“Moço, vou te perguntar mais uma vez, sabe por quê? Porque aqui ninguém te respeita, o pessoal sabe que você não sabe nada. Mas se você não me falar a verdade eu não tenho como te ajudar.”
E aí, foi a 1ª vez que eu reconheci que eu realmente não sabia nada. Ela falou: “Eu separei esses 3 livros e vou te dar eles. Se você ler esses 3 livros aí você pode falar que você já tá pelo menos sabendo o que é saúde pública.” Eu agradeci ela e ela falou: “Eu quero te pedir pra você nunca mais voltar aqui!” Aí, graças a Deus, o Jaderson tinha outros planos e me mandou pra Teófilo Otoni e lá foram outros desafios. Eu fui pra parte hospitalar e eu dependia muito do Rodrigo, eu praticamente passava uma parte do meu dia conversando com ele pra ele me ensinar algumas coisas. Tem o Isaque que tava lá também, que me ajudou muito. Aos poucos eu fui pegando a ideia… Eu acho que eu levei em torno de uns 6 meses pra começar a entender o que era mais ou menos a parte da saúde pública. Logo depois, eu fui pra Pedro Leopoldo e lá eu fui cobrir férias de alguém e ficar sozinho num município pela 1ª vez cuidando de tudo. Lá eu já fui mais ensaboado, sabe? Mais polido… Então, sempre que alguém chegava pra mim com um problema, por exemplo, no tributário, eu já falava que não sabia mas que ia tentar ajudar. E aí, eu contava muito com os colegas, com o Hilton, eu ligava pros caras pedindo ajuda. Foi muita contribuição dos colegas… Então, eu já estou mexendo com a área de softwares mesmo, com a parte de suporte, desde 2005/2006. Eu já tenho até barba branca de tanto tempo que é.
Quais os maiores desafios para a saúde pública?
Eu fui investir mesmo na área da saúde tem pouquíssimo tempo, foi em 2014, que eu fui levar mais a sério isso, porque eu fui convidado pra fazer a gestão de um hospital municipal. Eu me lembro que eu tava em Teófilo Otoni quando eu recebi uma ligação de São Paulo, eu achei até que era cobrança e desliguei. Ligou de novo e eu desliguei e aí ligou de novo e eu atendi e a pessoa falou assim: “Se você desligar o telefone de novo eu nunca mais te ligo e você vai perder uma oportunidade na sua vida.” “Tá bom, então pode falar.” Ele falou: “Eu sou o Daniel, falei com você alguns dias atrás e a gente conversou sobre o hospital e eu queria te dar a oportunidade de você ser o gestor desse hospital”. Eu achei que era trote. Inclusive, achei que era trote do Caê com algum dos meninos… porque ele tava lá em Suzano né… Eu pensei: “Nossa, sacanagem dos caras, me passando trote!” Aí ele me explicou quem ele era, falou que teve uma reunião comigo e o Jandson e que nessa reunião ele achou que poderia sim investir pra que eu pudesse ser o gestor do hospital.
Eu pedi uns minutinhos pra decidir e expliquei que tinha que falar com o Jandson, porque eu era funcionário da Sonner e meu passe era deles. Ele disse: “Você tem 20 minutos. Se você não me ligar em 20 minutos eu entendo que você não tem interesse.” Eu desliguei o telefone e liguei pro Jandson e falei a proposta do cara e aí o Jandson me perguntou: “E aí?” E eu falei: “E aí eu quero saber de você, e aí?” E falou pra mim: “Você vai!” Eu falei: “Mas cara, eu não sei nada disso, eu trabalho com hospital mas é com implantação de sistema…” Ele falou: “Cara, se você não for você não vai saber como é.” E aí eu fui e a partir daí eu pensei: “A 1ª coisa que eu preciso fazer é um curso superior, preciso aprender.”
Entrei num curso superior de gestão hospitalar, comecei a aprender… E apesar de o curso não ter abordado tanto a questão de hospital público, a bagagem que me deu, pra pelo menos eu aprender a pesquisar, aprender a aprender, foi fora do comum. Porque a partir dessa formação eu comecei a entender muitos aspectos da área da administração, da área da minha própria gestão, de RH, gestão de estoque, comunicação… Então, eu aprendi muita coisa nesse curso. E logo depois me enveredei pelo Coach, comecei a investir numa série de outros cursos aí… Porque eu me apaixonei pelo aprendizado!
Então, quando eu comecei a valorizar de fato o aprendizado nessa área, eu já tava numa situação muito avançada em relação aquilo que eu achava que eu tinha capacidade. Eu tive um aprendizado com isso. De fato, se eu não fizer, eu não sei se eu vou conseguir, se eu vou ser bom, se eu vou ser ruim. Eu não sei. Eu tenho que fazer pra saber. Mas, teria sido muito mais fácil se eu já tivesse ido preparado. Mas me preparei e foi muito bacana.
Eu acho que o maior desafio pra saúde pública hoje é a política. Um dos grandes gargalos que a gente tem, se você me permite, não vou especificar só pra saúde publica, mas vou falar do órgão, do setor público. Tem muitas pessoas que estão lá pelo mero prazer de receber seu salário, mas não tem interesse de aprender coisas novas, não tem interesse de fazer acontecer, de ter um nome, de participar de um processo de implantação. Porque a gente tem muito desafio no processo de implantação e a pessoa olha pra você e fala: “Não quero fazer, já tô ganhando meu salário, quero ficar aqui na mesma e tô tranquilo.” Então, um dos grandes desafios é a política. Mas que política? É a política de contratação. Eu vou lá e trago um cara que eu gosto, porque ele votou em mim… Quando a gente encontra esse tipo de profissional, ele de uma certa forma, não atrapalha em tudo, mas ele atrasa um pouco o desenvolvimento do nosso trabalho. Então, na minha opinião, esse é um dos grandes desafios, além do investimento né…
O investimento na área da saúde pública é escasso. Mas eu acredito, eu acredito mesmo, que se tiver gestão com um pouco de investimento, é possível fazer muita coisa.
Eu geri um hospital com 170 leitos, com 2,8 milhões de recursos mensais, e eu tinha em torno de 400 a 500 funcionários, eu tinha 10 leitos de UTI, tinha 20 leitos de UTI neonatal e eu fiz o melhor, o que fosse necessário, para que eu fizesse uma gestão eficiente nesse caso. Hoje, eu sei que ele vive com um valor bem maior que esse, mas o maior desafio, um dos maiores desafios, é você fazer a gestão com o pouco dinheiro que você tem. Porque esse fazer a gestão é o que vai diferenciar o resultado, ou não.
Cliente mais desafiador
A experiência mais difícil pra mim, no contexto geral, seria Vargem Grande Paulista. Mas, ele foi o cliente mais difícil pra mim, porque foi o meu 1º cliente trabalhando com implantação de sistema. Mas, foi também o cliente que mais entendeu quem eu me tornei quando eu voltei lá. Gente, olha que interessante. Eu voltei lá depois de praticamente 10 anos e tinha 1 pessoa que tava nessa época, que quando ela me viu, eu tenho certeza porque eu vi nela, ela ficou nervosa e não sabia o que falar. E eu a ajudei a resolver algumas coisas lá e de repente ela olha pra mim e fala assim: “Quem te viu, quem te vê, hein?” Então assim, foi um cliente muito desafiador, mas quando eu voltei lá com uma nova roupagem, já tinha barba na cara e já tinha um pouco de conhecimento daquilo que era saúde, eu pude atendê-la, na necessidade dela e ela ficou impressionada. Mas saiba, levou 10 anos pra eu voltar lá viu? Rsrs importante frisar isso aí. Então, foi um cliente muito desafiador, mas também pra mim, foi uma etapa vencedora da minha vida, de poder voltar num lugar aonde eu me dei muito mal e me dar muito bem na minha 2ª ida. Foi muito legal isso aí.
Cliente que mais agregou
Eu vou até ser mais específico, Divinópolis tem agregado muito. Porque Divinópolis tem sido um dos clientes desafiadores da atualidade, assim como Suzano também, mas é um dos maiores clientes que a gente tem e eles estão exigindo muito da gente e tem contribuído muito com novas metodologias, novas formas de trabalhar, novos relatórios, novas informações. Então, é muito dinâmico ali por ser um município maior… Por não ser um município pequeno, que aquilo que você entregar tá valendo, tá legal pra eles. Mas, Divinópolis acaba sendo mais exigente por conta do tamanho, do volume de trabalho, do volume de informações que eles têm que entregar, até para os gestores do estado, do governo federal, por ser uma cidade um pouco maior. Apesar Ouro Preto também ter ajudado muito, eu acho que, na atualidade, Divinópolis tem nos desafiado muito mais que qualquer outro cliente que a gente tenha atendido. Tenho que relatar que Poços de Caldas nos ajudou muito também. Tanto é que Poços de Caldas, a 1ª vez que a gente esteve lá, a gente teve que fazer um mutirão de cadastro de pessoas e tivemos que criar um programa novo para o nosso sistema, que não tinha e a gente sequer sabia como era. Então, todos os clientes colaboram e contribuem com o crescimento, mas hoje, Divinópolis tem desafiado bem e tem contribuído muito.
Momento mais marcante
Um dos grandes conselhos que eu recebi vem do Jandson… Não sei se ele vai se lembrar disso. A gente tava em Suzano e eu falei pra ele que eu tava com medo. Eu tava prestes a assumir o hospital.
Ele olhou pra mim e falou: “Cara, você vai ser honesto, você vai garantir que em nenhum momento após você estar aqui, você vai sofrer um processo e pra você fazer isso, você vai ter que ser muito homem!”
Isso foi marcante pra mim, porque o tempo todo quando eu tive a oportunidade de ser corrupto eu me lembrava disso: “Eu tenho que ser homem.” É claro que essa questão do homem que ele falou é no sentido de honestidade, no sentido de lealdade, no sentido de uma série de questões positivas que eu acho que foram muito importantes pra mim e que eu trago hoje no meu dia a dia, demonstrando isso na minha vida pessoal inclusive, não só na profissional. Então, foi muito marcante isso pra mim.
História mais engraçada
Eu vou contar 2 histórias que foram muito engraçadas pra mim. O Robert é muito forte né? E a gente viajava em um Uninho e a gente saia em 4 ou 5 pessoas nesse Uno. Um dia, estávamos viajando eu, o Robert, o Daniel e o Cidão, pra Divinópolis. A gente tava indo pra instalar uma rede lá e aí tava eu e o Cidão sentados no banco de trás e o Robert e o Daniel no da frente. E quando chegou nas curvas, lá da Serra da Saudade, a gente começou a sacanear o Robert, porque o peso tava todo do lado dele. Hora que ele fazia a curva pro lado dele a gente jogava o peso todinho pro lado do carro. Ele começou a ficar suando a testa e teve uma hora que ele fez uma curva e eu tenho certeza que o carro fez a curva de 2 rodas, do tanto que a gente sacaneou ele, do jeito que ele tava fazendo a curva. Aí ele falou assim: “Cara, vocês não podem fazer isso comigo que o carro vai virar!” Foi muito engraçado ver aquilo. Agora, uma outra que pra mim é assim, extremamente engraçada, foi também em Divinópolis. Tinha um telefone de uma menina, na verdade não era uma menina, era uma pegadinha né… Que a gente ligava lá no Rio de Janeiro pra falar com a Tatiane. E era um cara que atendia. Isso virou febre na época, foi há muitos anos atrás. Aí um dia, a gente tava lá em Divinópolis no apartamento e resolvemos fazer essa pegadinha com Jandson e aí os caras falaram: “Jandson, tem uma Tatiane, do Rio de Janeiro, que ligou querendo fechar sistema com a gente e pediu pra você ligar pra ela mais tarde.” Aí o Jandson falou assim: “Então, me dá o telefone que nós vamos fechar no Rio de Janeiro”. Aí ele foi e ligou né… E era um cara que atendia e aí você falava que queria falar com a Tatiane e um cara chamava a Tatiane e perguntava: “Quem quer falar?” Aí o Jandson respondeu e o cara começou a xingar ele de tudo que é nome, perguntando quem queria falar com a mulher dele e o Jandson foi fechando a cara.
De repente, ele ajoelha perto do colchão, porque a gente tava mudando, e ele olha pra nós e fala: “Mas cara, eu não mexi com a mulher de ninguém, véi! O que que esse cara tá falando?”
A gente já tava chorando de rir, eu, o Hilton, o Rogerinho… A gente não aguentou a cara do Jandson olhando sem entender nada e falando: “Mas eu não fiz nada com mulher de ninguém. Só quero fazer negócios.” rsrs Tentando se justificar pro cara, que na verdade era uma gravação… não tinha nada a vê. Aí, depois que ele viu que era pega, ele falou que ia pegar o Jaderson. E ligou pro Jaderson e o Jaderson é arisco todo tanto né? Ele não cai fácil de jeito nenhum e o Jandson falou: “Cara, vamos fechar um negócio no Rio de Janeiro, você vai ligar pra Tatiane, ela me procurou e eu quero que você feche o negócio com ela.” Aí o Jaderson falou assim: “Eu não! Se ela quiser falar comigo ela me liga, ela que quer fechar o negócio!” Aí o Jandson olha e fala: “É, o Jaderson não vai cair não…”rsrsrs
Um colega que te inspira
O Seu Edval. O Seu Edval me deu um ensino não só cristão, mas foi um ensino de vida. O veinho era terrível… É capaz que se a gente for em alguma laje de alguma prefeitura, a gente ache uma bíblia lá dentro, nas prefeituras que ele já trabalhou. Ele sempre tinha uma bíblia. E ele tinha um hábito de sempre antes de começar a trabalhar, ele pegava a bíblia e começava a ler. Eu tinha raiva dele as vezes, porque eu não queria saber de bíblia e aí ele sentava eu bem assim e tem até uma frase que ele falava sempre pra mim: ouça o que o espírito diz as igrejas. Aí eu pensava: “O que que tem a vê, espírito com igreja e o que ele quer que eu ouça aqui?” E ele ficava assim: “Ouça o que eu estou te dizendo e ouça o que a bíblia tá dizendo, que vai muito além do que você simplesmente ouvir o que ta entrando num ouvido e saindo no outro. Mas é você ouvir com o coração, é você ouvir com o entendimento e dar sentido pra aquilo que tá sendo ensinado pra você. E você vai ser vitorioso.” Eu tenho certeza que esse véio é orgulhoso comigo hoje. Ele olha e cada dia que ele me encontra eu vejo no olhar dele que ele fez o investimento certo, que aquilo que ele tinha falado pra eu fazer eu fiz. Então, eu sou muito feliz de ter tido ele e o admiro muito. Ele é um arquétipo de uma pessoa que eu seguiria tranquilamente e poderia ir de olho fechado, que eu sei que o lugar era bom.
Conselho aos novatos
Não seja prepotente, aprenda tudo que te ensinarem e um pouco mais, porque tudo aquilo que a gente as vezes passa pra vocês, amanhã já tá ultrapassado. Então, o conselho que eu quero dar é, além de ser muito honesto, é que você se aprofunde pra saber o porquê de você estar fazendo aquilo. Porque, sendo assim, você vai deixar de ser prepotente, você vai ser um conhecedor, mesmo sabendo que não conhece de tudo, você vai respeitar aquela pessoa com quem você trabalha. A gente encontra muitas pessoas no nosso caminho, que contribuem muito com o nosso crescimento. Então, além disso, eu quero aconselhar que ouçam muito, que estudem muito e que quando você chegar no cliente, faça o seu melhor e se entregue pra esse cliente, se entregue pra pessoa que tá te ouvindo, que ela vai te ensinar também. Aprenda o que ela vai te falar. Se você achar que não vai contribuir pelo menos você ouviu e conheceu o nível de conhecimento, a vida dela, um pouco dela… É aquilo que a filosofia diz, eu deixo um pouco de mim e levo um pouco do outro. Aconselho que deixe sempre o seu melhor pro outro e pegue sempre o melhor do outro, não pegue o pior e não deixe o pior.