Por Bruna Garcia
Dentro da área de tecnologia, uma das profissões que mais cresce é a de programador. Afinal, eles são fundamentais para o desenvolvimento das empresas do século XXI, onde vivemos grandes transformações digitais, e acompanhar a tecnologia é essencial para empreender com sucesso.
O desenvolvedor tem como papel criar soluções quando o assunto é tecnologia dentro de uma empresa. Ele é responsável por criar sistemas que facilitem grande parte dos processos organizacionais. Isto é, uma série de automatizações que auxiliam as operações humanas na atualidade.
Eles são profissionais em constante aprendizado, trazendo atualizações e novas maneiras de melhorar os processos da vida pessoal e profissional. E por serem tão importantes para a sociedade, os programadores têm um dia especial marcado no calendário.
O Dia do Programador é comemorado no 256º dia do ano! Muitas vezes é no dia 13 de setembro, como neste ano, mas nos anos bissextos cai no dia 12 de setembro. 256 é emblemático por vários motivos. O principal motivo é pelo total de combinações que podemos fazer com um byte de 8 bits – algo que não é muito conhecido para leigos, mas para os programadores é um valor bem conhecido.
Apesar de ser um mercado lembrado por ser constituído em sua maioria por homens, temos muitas mulheres que contribuíram para a evolução da sociedade moderna. Muitos conhecem Alan Turing, o pioneiro da computação, mas quantos sabem que o primeiro programa da história foi idealizado por uma mulher?
Como parte importante da força no desenvolvimento da ciência e tecnologia, a contribuição feminina para inovação tecnológica é imensurável. Desde 1843, quando Ada Lovelace criou o primeiro programa de computador que foi usado por uma calculadora chamada de Máquina Analítica – o mais próximo do que seria um computador no começo do século XIX – mulheres vêm revolucionando e ganhando cada vez mais espaço dentro do mercado da tecnologia e ciência.
Mas, se temos tantas mulheres importantes que nos levaram a todos os avanços tecnológicos que temos hoje em dia, por que a desigualdade persiste?
A grande dificuldade que a população feminina encontra para entrar no mercado de tecnologia está diretamente relacionada à cultura. Existe uma série de discursos arraigados que percorrem os sistemas educacionais e familiares que influenciam as escolhas profissionais femininas.
A jornada da mulher na tecnologia começa difícil. Diante de tão poucas iguais a si na sala de aula, se torna inevitável a pergunta “esse lugar é para mim?”. Essa pergunta, que inicialmente é feita em faculdades e espaços de ensino, também é repetida em outros momentos e locais – no trabalho, em reuniões, em eventos.
De acordo com o IBGE, apenas 20% do total dos profissionais inseridos no mercado são do gênero feminino – dado que confirma como a questão da barreira de gênero que existe no setor da tecnologia é um grande desafio a ser superado.
Dados apresentados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia, apontam um crescimento de 60% na representatividade feminina na área de TI nos últimos cinco anos – passando de 27,9 mil mulheres para 44,5 mil.
A representatividade é vital, sem ela a borboleta rodeada por um grupo de mariposas incapaz de ver a si mesma, vai continuar tentando ser mariposa. – Rupi Kaur.
É preciso que a representatividade esteja em todos os lugares, em todos os detalhes, se eu não me vejo, aquilo automaticamente não me representa e infelizmente ainda estamos com pouquíssimos espaços representativos. E ter representatividade na tecnologia é importante para as diversas borboletas que estão saindo do casulo agora e poderão enxergar novas possibilidades de carreira, crescimento e liderança, tendo modelos de outras borboletas onde elas possam se inspirar.
Hoje, após muita luta por parte de cada mulher, vemos empresas com programas de inclusão e estímulo à igualdade e diversidade, contra atitudes de machismo entre seus ambientes e lutando contra vieses inconscientes em contratações, procurando fornecer um ambiente seguro para as colaboradoras.
Representatividade e se ver representado na tecnologia e em outras áreas é empoderador, pois não só valida a nossa existência, como amplia nossas noções do que podemos ser e fazer, e desafia aquela implicação, sutil, de que temos menos importância.
Com certeza, há muitos desafios para vencer essa visão, mas também existem excelentes oportunidades, como o déficit de profissionais de TI, que vemos no mercado. Isso faz com que as empresas entendam que, para suprir uma demanda tão importante, é essencial incluir mulheres na tecnologia.
Você sabia? Em um mercado com tão poucas mulheres na área de Tecnologia, onde a maioria das empresas tem o setor de TI formado apenas por homens, a empresa Sonner possui um time de desenvolvedores formado por 46 pessoas, tendo como parte da equipe três mulheres.
Parece pouco, mas olhando toda a trajetória feminina, este é um número animador. Que mais mulheres possam se inspirar e se sentir representadas cada vez mais. E que mais empresas possam seguir o exemplo da Sonner, uma empresa que contrata mulheres para compor as equipes de diversas áreas e cargos. Por um mercado de mais igualdade, cumplicidade e resultados, independente do gênero.